A maior parte das pessoas que compareceram à manifestação de ontem em São Paulo com presença de Jair Bolsonaro creem que Pablo Marçal, o influenciador candidato a prefeito da cidade, representa melhor o ideário do ex-presidente do que Ricardo Nunes, que goza de seu apoio oficial.
Numa pesquisa conduzida pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, grupo de estudos da USP liderado pelo cientista político Pablo Ortellado, uma parcela de 75% dos entrevistados respondeu preferiu o nome de Marçal ao de Nunes ao responder “Qual dos dois candidatos a prefeito você acredita que se identifica mais com Bolsonaro?”. O prefeito foi escolhido por 8%.
“Neste estudo, investigamos as características demográficas, identidade política e a opinião a respeito de assuntos políticos”, afirmam os pesquisadores em nota técnica sobre o levantamento divulgada hoje. “Entrevistamos 582 pessoas entre as 13:30 e as 17:30 horas em toda a extensão da manifestação na avenida Paulista. A margem de erro, com grau de confiança de 95%, é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.”
A pesquisa mostra que o coach/influenciador também começa a despontar entre as preferências do eleitorado bolsonarista como nome para disputar a presidência da República em 2026, ano em que Bolsonaro ainda deve estar inelegível.
O nome mais forte para a chapa presidencial ainda é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferido de 50% dos entrevistados. O segundo nome é da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com 19%, e o terceiro já é o de Marçal, com 14%. Ele já aparece bem à frente do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que tem 6% das preferências.
A pesquisa oferece uma medida técnica para um sentimento que era visível na manifestação, onde muitas pessoas usavam adesivos e material de campanha de Marçal e faziam gestos que o candidato usa em sua campanha. O influenciador apareceu de surpresa na Paulista quando a manifestação estava acabando, pareceu ser bem recebido pelo público, mas não foi convidado a subir no carro de som em que estava Bolsonaro.
A pesquisa mostra claramente que o eleitor paulistano não obedece ordens de Bolsonaro, né?