Depois de idas e vindas, investida da Itaúsa e GIC assumiu empresa gaúcha em julho com o compromisso de investir mais de R$ 15 bilhões nos próximos 10 anos. A antiga estatal gaúcha do saneamento agora faz parte do Grupo Aegea, empresa que conta com investimentos da Itaúsa, Equipav e do Fundo Soberano de Cingapura (GIC, em inglês). Desde julho, a Aegea comanda o negócio que vai revolucionar o saneamento básico gaúcho.
“Foi uma virada de chave imediata e nosso primeiro trabalho foi não deixar o abastecimento parar“, recorda Leandro Marin, vice-presidente de operações regionais da Aegea. “Em segundo momento, colocamos em prática um projeto de 100 dias com obras de impacto em todas as nossas regiões atendidas“.
De julho até agora, a Corsan realizou 356 obras nos 317 municípios gaúchos atendidos pela companhia, que tem como jóia da coroa a região metropolitana de Porto Alegre – vale lembrar que a capital do Rio Grande do Sul não é atendida pela empresa –, em um investimento de mais de R$ 100 milhões nesse período.
Entre as obras de grande impactos, estão 115 melhorias de infraestrutura, 91 obras de perfuração de poços, 70 manutenções em reservatórios, outras 70 obras de extensão da rede e 10 melhorias em adutoras. Ao todo, entre pagamentos pela empresa e investimentos, Marin estima que a Aegea já investiu R$ 3 bilhões na companhia gaúcha. Para fazer frente às despesas desses primeiros meses, a Corsan está captando no mercado uma debênture de R$ 1,5 bilhão.
“Precisamos fazer algumas captações nesses 10 anos para ter uma cadência de recursos que cumpram nosso plano de investimento“, reforça o executivo. Nesta emissão, serão três as prioridades da companhia: a renegociação dos contratos de concessão com as cidades, em que a Corsan deverá oferecer contrapartidas adicionais, recursos para a operação do dia a dia e revitalização dos ativos e, por fim, cerca de R$ 500 milhões serão destinados ao programa de demissão incentivada na empresa.
O vice-presidente da Aegea lembrou que há um acordo feito antes mesmo da mudança de controle da Corsan de que os 5,5 mil funcionários da empresa de saneamento terão 18 meses de estabilidade em seus empregos ou uma indenização proporcional ao período, caso fechem um acorde de demissão voluntária. Até o momento, 2 mil funcionários aderiram ao programa e, 1,2 mil já pactuaram sua saída, enquanto outros 800 ainda estão sob avaliação – o objeto, reforça Marin, é não desequilibrar setores da empresa, especialmente os de operação.
Fonte: InfoMoney