Representantes da Aegea, empresa que arrematou a Corsan [Companhia Riograndense de Saneamento] no leilão realizado em dezembro de 2022, se reuniram com o governador Eduardo Leite para apresentar um balanço das atividades desde que assumiram oficialmente a operação da companhia, em julho de 2023. Foram destacados a previsão anual de R$ 1,7 bilhão em investimentos e mais de R$ 600 milhões em outorgas a municípios. Também foi realizado o pagamento de R$ 4,1 bilhões, referente às ações leiloadas pelo governo do Estado.
O governador lembrou que a privatização de uma empresa pública não serve para desonerar o Estado sobre o assunto e que a prestação de contas é necessária para que a população acompanhe a evolução do serviço após a venda. “A privatização de uma companhia que opera um serviço público não é a desoneração do poder público sobre o tema. O que nós fizemos aqui nesta reunião foi justamente pedir à concessionária para que prestasse contas. Além de fazer isto por meio das agências reguladoras, faz também publicamente para que a população acompanhe a evolução dos investimentos”, disse. “Então, a privatização sozinha não resolve, ela encaminha uma solução na medida que tem agilidade e capacidade de investimento do privado, mas com o poder público do seu lado”, completou.
Em sua fala, o presidente do grupo Aegea, Radamés Casseb, reiterou o objetivo da empresa ao assumir o controle da Corsan, de prestar serviços que contribuam para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. “Nós compartilhamos aqui os grandes marcadores, mas o espírito desde o dia da assinatura do contrato é de que a companhia é uma prestadora de serviços públicos, alinhada a atender ao cidadão e contribuir com o Estado, estar junto nos momentos de dificuldade, olhar de maneira mais ampla além do contrato. Buscamos melhorar o cenário de desenvolvimento de negócios do Rio Grande do Sul e agora queremos ampliar o impacto, compartilhando prosperidade pelos investimentos feitos”, afirmou.
Além do aporte pela aquisição da Corsan já pago ao governo estadual, a Aegea prevê realizar investimento de R$ 1,7 bilhão em obras de saneamento em diversas regiões do Estado anualmente. Outro ponto abordado foi o pagamento de R$ 618,3 milhões em outorgas diretamente aos municípios, bem como a repactuação de 201 contratos de concessão atualmente em vigor pela Corsan, bem como os passivos assumidos, que somam aproximadamente R$ 9 bilhões.
Somente no período de atuação, foram realizadas 356 entregas em todo o território gaúcho, superando o compromisso de 300 entregas em 100 dias. Entre as entregas feitas, foram viabilizados 2.223 habite-se para Capão da Canoa e Xangri-Lá, melhorias na infraestrutura da estação de tratamento de esgoto de Cidreira e início do tratamento de esgoto de 20 mil domicílios em Tramandaí. O trabalho faz parte de um investimento de R$ 600 milhões somente nas cidades do litoral gaúcho.
A universalização do esgotamento sanitário também foi abordada pelo relatório da Aegea. Conforme levantamento realizado, a área atendida pela Corsan tem índice de apenas 19,8% da população com acesso à coleta de esgoto e apenas 15,6% do material coletado passa por tratamento antes de ser descartado na natureza. A meta assumida pela controladora é de atingir 317 municípios com água e esgoto universalizados até 2033. Dessa forma, a previsão é de que sejam investidos R$ 15 bilhões nos próximos nove anos para atingir este objetivo.
No aperfeiçoamento de pessoal, foram realizados 6.797 treinamentos de capacitação, abordando mais de 150 temas técnicos e comportamentais. Na segurança do trabalho e saúde ocupacional, o efetivo foi aumentado em quatro vezes, reforçando a presença em campo.
O monitoramento do sistema de água e esgoto também recebeu atenção especial nos meses de operação. Um investimento de R$ 55 milhões foi realizado para aperfeiçoamento do Centro de Operações Integradas da Corsan, em Porto Alegre. Entre as melhorias, estão a implantação de um sistema de escaneamento preciso do subsolo para identificar e reparar vazamentos e a automatização do sistema de inventário de ativos da empresa com uso de drones, permitindo visitas virtuais e criações de versões digitais.
Foram abordadas, ainda, as ações da Corsan durante os eventos climáticos que atingiram o Rio Grande do Sul no último ano e no início de 2024. Em relação às enchentes que atingiram o Vale do Taquari, a empresa atuou na abertura de poços artesianos e no abastecimento de reservatórios com caminhões pipa, isenções de tarifas para 10 mil clientes afetados, doações de itens úteis e prestação de serviços em cidades não atendidas.