Banco do Brasil entre a Cruz e a Espada nos Estados Unidos

O banco brasileiro cogita “sacrificar 50 mil clientes nos Estados Unidos para defender sancionado pela Lei Magnitsky; risco citado inclui saída do Swift, queda dos bonds em dólar e encolhimento do banco.

O Banco do Brasil enfrenta um dos debates mais delicados de sua história recente: como lidar com sanções internacionais impostas pela temida Lei Magnitsky, dos Estados Unidos. Segundo a pós-graduada em economia Nanda Guardion, o Banco do Brasil poderia “sacrificar 50 mil clientes nos Estados Unidos” para defender um sancionado (Alexandre de Moraes), correndo o risco de exclusão do Swift, queda de seus bonds em dólares e redução drástica de operações internacionals.

O alerta expõe um dilema estratégico: ou o Banco do Brasil cumpre as exigências norte-americanas e preserva seu espaço global, ou adota uma postura de confronto e se arrisca a operar como instituições isoladas, semelhante a bancos do Irã e da Rússia.

A famosa economista aponta que o cumprimento da Lei Magnitsky seria um teste crítico para o Banco do Brasil, que teria de escolher entre manter clientes internacionais ou enfrentas pesadas represálias econômicas.

Quanto pode custa a decisão de enfrentas os norte-americanos

Deixar de cumprir sanções impostas pelos EUA pode gerar custos altíssimos. Ser excluído do sistema Swift (rede internacional de mensagens financeiras) tornaria praticamente impossível o banco brasileiro operar na escala atual.

Além disso, a medida impactaria diretamente os bonds em dólares já emitidos pelo Banco do Brasil, que poderiam perder valor diante da insegurança jurídica da percepção de risco.

A economista alerta que o efeito em cascata atingiria não só clientes internacionais, mas também a confiança de investidores no mercado doméstico.

Onde estão os riscos maiores

O epicentro do risco é o mercado norte-americano, onde o banco brasileiro possui cerca de 50 mil clientes.

Caso opte por descumprir a legislação dos Estados Unidos, esses correntistas pode ser os primeiros afetados.

O encolhimento da presença internacional reduziria o banco a uma atuação mais doméstica, enfraquecendo sua relevância global.

No plano macro, acordos comerciais e transações financeira do Brasil também seriam impactadas, já que o Banco do Brasil desempenha papel central nas operações ligadas ao comércio exterior.

O certo é que o Banco do Brasil pode perder dezenas de bilhões e perder milhares de clientes nos Estados Unidos e no Brasil.