Inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se colocar como principal nome da direita para a disputa presidencial de 2026. Em entrevista concedida na noite dessa segunda-feira (21/4), diretamente do leito de UTI do hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente afirmou que “a população não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final”.
Bolsonaro afirmou que há bons quadros no campo político à direita, mas pontuou que nenhum deles teria o mesmo apelo popular que ele.
“Do nosso lado, tem bons nomes por aí, mas cada um dentro do seu partido tem que cavar seu espaço. Tem que começar a rodar o Brasil e fazer o seu trabalho para ganhar simpatia e confiança da população. População não quer outro nome da direita que não seja Jair messias Bolsonaro e ponto final”, disse Bolsonaro. As informações são do Correio Braziliense.
A declaração foi dada em entrevista ao SBT e ocorreu em meio à internação do ex-presidente, que se recupera de uma cirurgia abdominal realizada no último dia 11, após ser transferido às pressas de um evento no Rio Grande do Norte. O procedimento, que durou 12 horas, é mais um desdobramento dos efeitos da facada que levou durante a campanha eleitoral de 2018.
O ex-presidente também atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que a esquerda não terá “nome razoável” para disputar a próxima eleição presidencial. “Se for Lula, pior ainda”, provocou.
Bolsonaro também criticou o andamento do processo a que responde no Supremo Tribunal Federal (STF), onde se tornou réu por incitação e tentativa de golpe de Estado no episódio de 8 de janeiro de 2023. “Estou enfrentando julgamento político e não técnico. Segundo ele, a entrevista aconteceu para não deixar “criar corpo certas narrativas”.
A decisão de tornar Bolsonaro réu foi tomada pela Corte em março. Há expectativa que o julgamento do mérito da denúncia seja concluído ainda este ano, antes do acirramento da disputa eleitoral de 2026.
Bolsonaro inelegível
Por 5 votos a 2, os ministros do TSE decidiram tornar Bolsonaro inelegível. A ação julgada em junho de 2023 foi movida pelo Partido Democrata Trabalhista (PDT), que questionou uma reunião do ex-presidente com embaixadores realizada no dia 18 de julho de 2022, quando era pré-candidato à reeleição.
No encontro, Bolsonaro fez uma série de ataques falsos ao sistema eleitoral brasileiro e à corte eleitoral, além de fazer uma espécie de “autopromoção”, como destacado pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. A reunião foi transmitida pela TV Brasil, emissora da estatal Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), e compartilhada nas redes sociais.
O ato foi entendido como abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação para ganhos eleitorais, o que causaria um desequilíbrio nas eleições de 2022.