O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), negou nesta segunda-feira (9/6) que utilizava o órgão para monitorar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Nunca utilizei monitoramento algum pela Abin de qualquer autoridade, e ao contrário do que foi colocado, não tínhamos gerência de monitoramento“, afirmou, durante seu depoimento como réu pelo suposto plano de golpe de Estado em 2022.
Ele também negou que a Abin e a ferramenta FirstMile eram usados visando a proteção e a resolver problemas particulares do então presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e sua família, e descartou a existência de uma “Abin paralela“.
“Não houve essa questão. O sistema FirstMile era usado pelo departamento de operações. Não havia policial algum lotado nesse departamento de operações. O sistema FirstMile era de gerência, acesso a senhas, credenciamento e execução apenas do departamento de operações“, explicou.
Alexandre Ramagem também declarou que documentos encontrados em seu computador pessoal com questionamentos sobre as urnas eletrônicas não foram divulgados.
“Eu escrevia textos privados que me concatenavam a ideia para, se possível, em algum momento, ter algum debate. Não me recordo de ter enviado essa questão para o presidente“, disse.
O deputado federal é o segundo réu a depor nesta segunda-feira, primeiro dia de interrogatórios do chamado “núcleo 1” ou “núcleo crucial” da ação penal que apura tentativa de golpe de Estado. Mais cedo, o tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento e confirmou uma suposta trama golpista, apesar de ter negado sua participação no plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.