Entrega de troféus e medalhas aos paratletas encerrou torneio
A cerimônia de encerramento dos Jogos Gaúchos Paradesportivos, na última quinta-feira (12), se tornou uma grande festa da inclusão. Esta foi a primeira edição do torneio, que foi realizado no Complexo Esportivo da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas. Durante os dois dias de evento, cerca de 400 atletas de 23 cidades, com idade a partir de 10 anos, de todo o Rio Grande do Sul, disputaram jogos de futsal e bocha paralímpicos.
Para Rafael Fernandes Bianchi, a participação no evento é como um presente. O atleta mirim de bocha paralímpica completa 12 anos nesta sexta-feira (13) e deixa os jogos com muito mais do que uma medalha de bronze na bagagem. “A bocha significa muita coisa; significa amizade e o esporte mesmo“, conta o pequeno vitorioso. O pai, Marco Antônio, acompanhou o filho não só com orgulho, mas ciente da sua inclusão através do esporte. “O mais bacana é ver a felicidade dele em estar participando e estar incluso junto com outros atletas. Essa parceria que eles têm aqui é algo inexplicável“, afirma.
Muito mais do que uma vitória em campo, os atletas concluem o evento com suas próprias vitórias pessoais. A formação de memórias positivas é destacada pelos profissionais envolvidos. “Para nós é uma experiência única, porque é a primeira vez que eles estão participando de um campeonato estadual e, mesmo tendo perdido o jogo, eles estão felizes da vida“, conta a chefe de delegação do projeto Downs no Esporte, Doraci Moreira.
Este impacto positivo nas vidas dos atletas e de suas famílias se torna um legado do torneio, de acordo com os gestores do Ulbra Sport. Para Luciano Terra, eventos como este se tornam uma oportunidade de aproximar a Academia da comunidade. Atualmente, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de pessoas com deficiência (PcD) nas universidades é de 0,6%. “A gente vê não só no resultado, que é a confraternização, mas a ampliação dos espaços, trazer para dentro da Instituição um público que, muitas vezes, não tem essa oportunidade”, destaca Terra. Visão que é compartilhada pelo cogestor Gilson “Mão de Pilão” Alves: “Sem falar no tipo de ensinamento que esse evento traz para a gente, que é o know-how de lidar com esse tipo específico de público. Para nós, é importante participar também como comunidade“, adiciona.
A participação da Universidade Luterana do Brasil foi destacada pelo diretor do Departamento de Esportes e Lazer da secretaria estadual, Rogério Vieck. “A Ulbra nos proporcionou um espaço adequado para o evento, sendo parceira, nos proporcionando uma condição especial também. Nos mostrou as condições de excelência que a Universidade tem para serem desenvolvidas aqui na parceria“, conclui Vieck.