“Lula é representante de um narcoestado”, afirma Caiado

Governador de Goiás comentou reuniões de membros do governo com entidade ligada ao PCC

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez duras críticas ao presidente Lula (PT), classificando-o como “representante de um narcoestado”. A fala ocorre após revelações de que membros do governo federal se reuniram com a Associação da Comunidade do Moinho, entidade que teria ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), para negociar agendas do petista.

Isso que vimos na imprensa na última terça (8) prova o que tenho dito há tempos: o Lula não é presidente dos brasileiros honrados e trabalhadores, e sim representante de um narcoestado implantado no Brasil, com a conivência do próprio Lula e do PT – disse o governador em entrevista à coluna de Andreza Matais, do site Metrópoles.

Caiado também afirmou que “com essa associação ao PCC, Lula se coloca como réu confesso” e como “um presidente que se ajoelhou para o crime organizado”.

Não existe Estado Democrático de Direito onde o crime manda na vida das pessoas. Não existe paz nem desenvolvimento – resumiu.

O governador de Goiás também destacou que o episódio é símbolo da postura do atual governo.

A verdade é que o Lula é uma farsa. Nunca defendeu os pobres, os necessitados, os trabalhadores. Pelo contrário: assalta os aposentados e faz um governo vendido aos grandes lobbies e ao bem-estar dos narcotraficantes – finalizou.

SOBRE O CASO
A visita do presidente Lula  (PT) à Favela do Moinho, em São Paulo, no final de junho, foi articulada por meio de reuniões com a Associação da Comunidade do Moinho — uma entidade que já serviu como ponto de armazenamento de drogas da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e, segundo o Ministério Público de São Paulo, está em uma região controlada pelo grupo.

De acordo com documentos obtidos pelo site Metrópoles, o endereço da sede da associação — registrado na Receita Federal — é o mesmo onde a Polícia Civil apreendeu, em 2023, drogas como crack e maconha durante uma operação contra o tráfico. A entidade é presidida por Alessandra Moja Cunha, irmã de Leonardo Moja, o Léo do Moinho, considerado o chefe do tráfico local, que está preso desde agosto de 2023.

Alessandra, por sinal, também tem um histórico criminal e já foi condenada por homicídio, crime pelo qual ela teve de cumprir parte da pena em regime fechado. A condenação era referente à morte de uma mulher a facadas, em 2005. Na ocasião, ela e a irmã também tentaram matar um homem, que sobreviveu.

Dois dias antes da visita presidencial à favela, o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, esteve no local para articular o evento, no qual Lula anunciou um acordo de realocação das cerca de 900 famílias que vivem na área para transformar a região em um parque. Em nota, Macêdo disse que o encontro com a associação teve como pauta única a apresentação da solução habitacional da região.

Já a Secretaria de Comunicação (Secom) declarou que a “interlocução com representantes comunitários é uma prática essencial de qualquer governo que atue com políticas públicas voltadas à inclusão, à moradia e à promoção da dignidade” e que a atual gestão “atua com responsabilidade institucional, respeito às normas de segurança e compromisso com a promoção de políticas públicas voltadas à inclusão social”.