Plataformas de apostas transformaram o Brasil no paraíso de golpistas da Ásia

Numa quarta-feira no fim de agosto, dezenas de policiais angolanos invadiram o Hotel Sunshine, na cidade de Telatona, vizinha à capital Luanda. A megaoperação prendeu 46 chineses, que aliciaram mais de cem pessoas para operar, do estabelecimento, uma rede com mais de 400 plataformas de azar fraudulentas. A maioria das vítimas, no entanto, não estava na África ou na Ásia, mas sim do outro lado do Atlântico, no Brasil, o novo paraíso de golpistas internacionais. As conexões criminosas estendem-se ainda por países como Singapura e Mianmar, ambos no Sudeste Asiático, com um ponto em comum: o Jogo do Tigrinho.

Divulgada em profusão na internet, a prática virou febre entre brasileiros nos últimos anos, sobretudo desde a pandemia da Covid-19. Trata-se de uma espécie de máquina de caça-níquel virtual, onde o objetivo é, contando com a sorte, obter combinações que rendam prêmios.

Embora o Tigrinho, em si, não seja ilegal — ele pode, inclusive, ser operado por bets autorizadas a atuar no país — a natureza do jogo abre espaço para manipulações e golpes, como quando é programado para não bonificar apostadores ou impede a retirada de valores conquistados.

Tem muita gente “honesta” no Brasil ganhando com o tal de Tigrinho, né?