Com uma carreira que teve início na rede pública de ensino como professor de história e passagem pela política em cargos no legislativo como vereador e deputado estadual, e no executivo como vice-prefeito de Passo Fundo, o professor e historiador passo-fundense Juliano Roso trabalha agora em um projeto arrojado. É a série de livros: A História dos Gigantes do Sul. Uma coleção de 300 obras sobre dez clubes do interior do Estado gaúcho.
Clubes com tradição e história no futebol e que passam a terem suas memórias revisitadas e fortalecidas por meio da literatura. Um trabalho de resgate de um passado glorioso e que ficará para as próximas gerações, aos futuros torcedores, jogadores e sócios destes clubes.
Além do livro físico, o projeto prevê a criação de um podcast de aproximadamente 45 minutos, com relatos das histórias contidas nas obras. Os materiais serão distribuídos nas bibliotecas públicas dos municípios e destinados a cada uma das instituições futebolísticas.
A Rede de Farmácias São João é apoiadora do projeto que conta com a Lei Rouanet em parceria com a produtora D.Marin Planejamento Cultural e contará com 200 páginas relatando desde a fundação dos clubes, até os dias atuais.
As obras têm o apoio das prefeituras, clubes e da Federação Gaúcha de Futebol. Entidades importantes para ajudar a contar toda a história destas instituições, desde como foram construídos seus estádios, os jogadores importantes revelados, a valorização dos torcedores e os clássicos locais e regionais.
Conversamos com Juliano Roso, autor da obra, sobre a ideia do projeto, como foi a pesquisa, o apoio da Rede de Farmácias São João e o legado que esse trabalho deixará para a memória esportiva do Estado.
Juliano, como nasceu a ideia de contar a história dos gigantes do sul?
O futebol se confunde com a história do Rio Grande do Sul no século XX. O crescimento dos times está alinhado ao desenvolvimento regional e social. Num primeiro momento, temos a força da metade Sul até a consolidação da hegemonia da dupla Grenal.
E como historiador e apaixonado pelo futebol, vi que poderíamos agregar atualizando a história de dez dos clubes mais tradicionais do interior do Estado. Muito material bom já foi produzido, mas todo olhar é importante, quando contamos a trajetória de times centenários que marcaram as suas comunidades. A partir daí, foi correr atrás de parceiros apaixonados por este universo.
Quanto tempo durou o trabalho de pesquisa?
Foi extenso, levou meses. Determinamos alguns espaços no tempo para preenchermos com mais detalhes, como a construção do estádio e os títulos mais importantes. Ao trabalho de garimpo, somamos entrevistas com dirigentes e torcedores. Tivemos um carinho especial com as fotos. Tem muita coisa legal em acervos particulares que nunca havia sido publicado. Na era da imagem, foi essencial essa pesquisa para detalharmos diversos processos dos clubes.
Como é ter acesso ao acervo dos clubes?
Muito legal! Estamos conseguindo acessar diversos materiais, até porque estabelecemos uma relação cordial com as direções. Não queremos nos apropriar da história dos clubes e sim, divulgar e aprender junto também… Afinal, muita coisa que descobrimos foi novidade para todos da equipe.
Quantas cópias serão impressas para distribuição?
Serão 300 livros. A grande maioria deles serão destinados para bibliotecas públicas do RS.
Quantos clubes são ao todo?
São dez clubes: Rio Grande, São Paulo, Pelotas, Brasil, Avenida, Santa Cruz, Juventude, Caxias, Gaúcho e Passo Fundo.
Como será a divulgação?
A divulgação será via plataformas digitais e rádios, onde já fizemos um trabalho extenso. Conversamos com diversos veículos das cidades e vamos executar esse trabalho nas emissoras de Porto Alegre.
Qual foi a participação da Rede São João no projeto?
A participação da São João foi fundamental, pois sem a Rede nada disso seria possível.
O que representa ter feito esse trabalho, sendo você professor e historiador?
É até complicado traduzir em palavras. Antes de ser professor de história, sou um torcedor. Frequentei arquibancadas e neste lugar mágico me apaixonei pelo esporte. Mas nenhuma modalidade caminha sem suas histórias, sejam elas de superação ou de dor. O futebol é como a vida, repleto de altos e baixos. E no interior do Estado, temos essa riqueza de material. São histórias de abnegação, esforço, sobrevivência… Os clubes refletem a resiliência das suas comunidades.
E conseguir conectar esses dois universos por meio de imagens e textos, é resgatar a história na sua forma mais tangível.