Foi em 19 de maio de 2004:
Um caso de assédio sexual envolvendo a advogada Juliana Brizola, 28, neta do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, resultou na renúncia do deputado federal Pompeo de Mattos, 45, à presidência do diretório estadual do partido e em uma crise que inclui problemas familiares e político-partidários. A acusação não foi oficializada na polícia, mas internamente no partido.
Em entrevista ontem para a Agência Folha (Folha de São Paulo), Pompeo afirmou haver uma “armação“: “Eu concorri contra a vontade da cúpula e ganhei pelo voto direto. Armaram para cima de mim, não tenho o que fazer. Contra quem? Ela [Juliana] própria silenciou. Me vilipendiaram. Queriam que eu devolvesse a presidência, e foi o que acabei fazendo. Mas nunca vou deixar o PDT. Meu pai foi assentado na reforma agrária que Brizola fez. Minha vida é o PDT“.

Pompeo acredita que suas relações com Leonel Brizola ficaram estremecidas, mas isenta o líder de responsabilidade. “O que ele poderia fazer? É a injustiça da injustiça. Conversei com ela apenas uma vez na vida, sobre trabalho, há três meses. Não é que não fiz nada. Isso simplesmente não existe“, afirmou o deputado federal. A acusação de assédio foi feita por um dos irmãos de Juliana. Carlos Brizola (o outro, gêmeo dela, leva o nome Leonel) procurou na semana passada o presidente nacional do partido e ex-governador.

Comitê de ética
Com os rumores, Pompeo foi ao encontro de Brizola no Uruguai. “É um episódio que deixou todos nós tristes”, comentou Brizola, que aceitou a renúncia e tratou o caso apenas no âmbito familiar -Pompeo deve ser julgado pelo comitê de ética do PDT.
Juliana, que é casada e trabalha no setor jurídico do diretório estadual do PDT, não comenta o assunto, por orientação de seu avô. Em sua carta de renúncia, Pompeo disse estar “com o coração partido“.

Juliana é filha de José Vicente Brizola, 53, o ex-presidente da Lotergs (Loteria do Estado do Rio Grande do Sul) que recentemente acusou petistas de terem utilizado dinheiro de bicheiros em campanha eleitoral.
É sempre importante lembrar sobre assédios e assediadores, né?