O Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) manifestou em nota oficial, preocupação com a abertura de cursos sem condições mínimas para a formação de médicos, considerando o atual cenário das redes de saúde locais.
“Os municípios de São Jerônimo, Gravataí e mesmo Porto Alegre não têm condições de ofertar novas vagas ou cursos de qualidade, pois não há hospital-escola, leitos SUS nem equipes de Estratégia de Saúde da Família em número suficiente para acompanhamento e prática dos alunos”, diz o texto assinado pelo presidente do Conselho.
íntegra da nota da Rede Ulbra de Educação
“Antes de tudo, é importante ressaltar o momento histórico da Ulbra.
Nos primeiros anos da década passada, a Universidade e sua Mantenedora passaram por uma crise relevante. Os antigos acionistas tomaram uma decisão corajosa de enfrentamento, que resultou no pedido de recuperação judicial. Foi quando o novo acionista, Carlos Melke, ingressou e conduziu esse processo de forma exitosa. Foram reestruturados mais de R$ 10 bilhões, os quais, pode-se dizer com orgulho, estão amplamente e de forma bem-sucedida integralmente equilibrados. Aquela Ulbra, de um passado recente, não é a mesma de hoje.
A Ulbra está hoje inteiramente preparada para o futuro. Mas esse futuro depende, ainda, de alguns avanços. Dentre estes, que os resultados econômicos sejam alcançados. Pois desse resultado econômico depende, também, a excelência acadêmica. Ou seja, excelência acadêmica e eficiência econômica andam juntas. É com esse olhar que iremos prosseguir. E não somente nossos cursos de Medicina estão envolvidos nessa ideia. São todos os cursos, onde estão matriculados mais de 40 mil alunos, em diversos estados do Brasil.
Com mais de 3 mil colaboradores, a Ulbra encara os seus desafios com tranquilidade. As faculdades de Medicina fazem parte desse grande eixo de prosperidade. Não somente os alunos envolvidos se beneficiam. Todas as comunidades que recebem os novos cursos são elevadas a novas condições econômicas com os investimentos diretos da Ulbra e a expectativa de outros investimentos indiretos milionários, gerando centenas de empregos de altíssima qualidade.
Mas como qualquer outro curso de Medicina, a abertura depende de procedimentos regulatórios que estão em fases finais. A grande etapa, já superada, foi a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, que a concedeu, como a diversas outras, o direito de abrir novos cursos. E não somente no Rio Grande do Sul, mas, também, no Amazonas, Pará e Tocantins. Depois disso, foram todos avaliados e aprovados nas visitas realizadas pelo MEC.
Agora, ciente que o procedimento administrativo possui algum espaço de tempo, resta a expedição dos derradeiros atos autorizativos, os quais devem vir em breve. Mas isso não escapou de uma verificação atenta do Poder Judiciário, que entendeu, de forma cautelosa, conceder tal autorização provisória, para evitar, assim, prejuízos econômicos à Ulbra, às comunidades que tanto aguardam tais cursos, e aos alunos, que, ansiosamente, aguardam o início das aulas. Não haverá prejuízo algum a ninguém, pois isso é defeso à Ulbra e aos envolvidos, como o próprio Ministério da Educação, o qual vem cuidando de forma muito zelosa do tema.
É apressada e talvez menos responsável a cogitação que as vagas oferecidas seriam em quantidade excessiva. Ignoram a realidade social das pessoas que dependem de um atendimento de saúde melhor, e, cada vez mais, com mais médicos próximos de si. A oferta de uma quantidade ainda maior de vagas é algo a se celebrar, e não a se reprimir. É muito importante que se destaque a realidade econômica e social de todas as regiões onde estão inseridas tais comunidades: são localidades que atendem não somente seus habitantes, mas, dezenas de milhares de pessoas, por vezes centenas de milhares de pacientes vindos de outros municípios. E estes municípios deverão receber (aguardemos e aguardamos todos), por certo, investimentos privados e públicos, cada vez maiores, na oferta de vagas hospitalares. Essa sim deveria ser a luta de todos. Que, cada vez mais, tenhamos mais e melhores hospitais.
Não vamos resolver o problema da saúde do país com uma restrição a novos médicos. É justamente o contrário – ou seja, serão mais médicos que irão trazer consigo mais investimentos. É também justamente com a maior oferta de vagas que (é muito importante isso) os preços das mensalidades irão encontrar um ponto mais equilibrado entre oferta e demanda. Será então o momento que esperamos para um futuro breve, onde teremos condições de ver pessoas das comunidades mais carentes também estudando Medicina em uma faculdade de ponta. Algo que hoje muito dificilmente acontece.
Não serão, obviamente, todas as instituições Brasil afora, ora beneficiadas pelas vagas na cogitada decisão do STF, que conseguirão atingir o patamar de excelência que a Ulbra, com seus novos e vultosos investimentos, irá alcançar. Mas é algo que as comunidades, os alunos e os profissionais de saúde envolvidos não precisam se preocupar. A Ulbra está dentre as grandes instituições desse país, e hoje, com elevados recursos, para, com isso realizar o sonho de todas aquelas pessoas vocacionadas para o exercício dessa incrível e insuperável profissão – a Medicina. Não ficará ninguém para trás.
A Ulbra também quer reproduzir, ao fim, uma informação que reputa importante, a fim de evitar que sejam disseminadas fake news. A reestruturação salarial da Ulbra realizada recentemente é parte do processo de reorganização econômica, o qual a coloca próximo (acima) dos seus pares. É bom que sempre se diga que a Ulbra tem a maior média salarial entre todas as instituições de ensino privado do Rio Grande do Sul. E que as readequações implementadas contaram com o apoio de todas as entidades sindicais ligadas ao ensino (SINPRORS), foram objetos de exaustivos debates que duraram mais de 6 meses, e resultaram, ao fim, na aprovação pela categoria em assembleia realizada, da qual restou um grande acordo coletivo, celebrado por todos.”