Oncologia: Quimioterápicos já incorporados ao SUS não chegam aos pacientes por falta de verba

Ao menos oito medicamentos oncológicos de alto custo incorporados ao SUS não estão chegando aos pacientes porque o valor repassado pelo Ministério da Saúde aos hospitais (credenciados com Cacon e Unacon) não cobre o custo desses novos medicamentos.

Levantamento do Instituto Oncoguia (ONG que dá apoio a pacientes com câncer) mostra que o atraso entre a incorporação e entrega, que DEVERIA ocorrer em 180 dias, chega a quase dez anos e afeta vários tipos de câncer avançado, como o de pulmão, de rins, de pele, de sangue, de MAMA e de próstata.

A discussão chegou à Justiça. Pacientes e hospitais têm ingressado (cada vez mais) com ações civis públicas e pedidos de liminares para que o Ministério da Saúde regularize a oferta de quimioterápicos por meio do reajuste dos valores repassados aos contros ou de compras centralizadas.

A massiva parte dos Cacons do Brasil não fornece esses medicamentos em razão do valor, e não por ser uma decisão técnica do hospital. Às vezes, um Cacon consegue fornecer algum, ou o paciente judicializa e consegue. Isso cria uma situação de iniquidade muito grande “, diz a procuradora Suzete Bragagnolo.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, criou um grupo de conciliação que reúne ações judiciais de várias varas e tenta uma mediação com o governo federal para evitar mais processos por essa razão.

Se [o ministério] incorporou, tem que assegurar a entrega” diz o juiz federal Bruno Santos, coordenador do grupo.

Muitas vezes quem “paga o pato” é o prefeito na cidade. Paga uma coisa que é OBRIGAÇÃO do governo federal, né?